domingo, 17 de julho de 2016

Água e Eletrólitos


A água é extremamente importante para a nossa sobrevivência, sem água morremos em poucos dias. A água contribui para a digestão de alimentos, lubrificação articular, transporte celular, excreção, regulação da temperatura corporal e outras funções.
No dia a dia perdemos água via transpiração, respiração, fezes e urina. A reposição de líquidos deve ocorrer diariamente, principalmente em locais onde a sudorese é aumentada e/ou quando se pratica exercícios físicos. Além da ingestão de água é importante que se ingira os eletrólitos, particularmente sódio, potássio, cálcio, magnésio, cloro e bicarbonato, evitando assim cãibras, hiponatremia e outras condições adversas ao organismo.
A falta de água/líquidos leva ao quadro de desidratação cujos sinais e sintomas são: aumento da frequência cardíaca, dores musculares, cansaço e fadiga, dor de cabeça, náusea, tontura, vômito, confusão mental, perda de coordenação motora, secura na boca. Com o envelhecimento é comum a redução de líquido corporal, fato este que pode ser agravado pela pouca ingestão de líquido.
Recomenda-se a ingestão de líquidos em torno de 30-35 ml por quilo de peso corporal. No entanto, esses valores poderão ser diferentes para cada pessoa, para isso é importante que você faça uma consulta nutricional para ajustar às suas necessidades.

Personal Trainer e o Olhar Clínico


A falta de sensibilidade/percepção que alguns colegas têm ao se prescrever e acompanhar um programa de treinamento físico favorece o decréscimo no valor do serviço entregado. Um pouco dessa lacuna ocorre pela falta de experiência/tempo na área de treinamento personalizado, a outra parcela está pautada na falta de estudos. O personal trainer precisa aguçar a sua visão sobre o cliente e, enxergar mais do que um monte de músculos, ossos, gordura e água. Um treinamento deve respeitar as condições físicas, psicológicas, espirituais e sociais do cliente.
Atualmente temos muita informação que nos chega por diversos canais de comunicação, mas o problema está centrado na falta do conhecimento profundo sobre determinados aspectos importantes para a condução de um bom treinamento.
Conhecer tão somente os aspectos técnicos do treinamento é muito pouco, precisamos avançar no conhecimento do ser humano, dos seus anseios e dificuldades. Precisamos ir além dos aparelhos, precisamos entender as disfunções corporais para aí sim aplicar um treinamento realmente funcional.
Temos muitos graduados em educação física trabalhando como personal trainer, mas poucos são profissionais. Invista em conhecimento, agregue valor ao seu serviço/produto, resolva os problemas, entregue mais do que o seu cliente precisa.
Grande abraço, sucesso a todos nós.

Diferentes Exercícios para os Bíceps. Precisa?


Um dos princípios do treinamento desportivo, o princípio da variabilidade permite que haja a quebra de um possível platô de treinamento, assim como, a redução da monotonia nas sessões de treino. A alternância de exercícios e de outras variáveis de treinamento favorece maior motivação para a continuidade da tarefa ao longo dos dias, meses e anos. De acordo com Gomes da Costa (1996) a maior diversificação de estímulos favorece maior possibilidade de aumentar o desempenho numa determinada tarefa.
Em se tratando de treinamento de força, especificamente os exercícios para o bíceps braquial, há uma enorme variedade de treinos na sala de musculação. No entanto, será que esses exercícios diferentes promovem resultados distintos quanto à atividade muscular e/ou força ou, a variabilidade de exercícios para os bíceps são apenas para “encher linguiça”? Respondendo, há ausência de estudos que verificaram hipertrofia seletiva (distal, medial ou proximal) para o bíceps quando comparados os diferentes tipos de exercícios, tais como: rosca direta com a barra, rosca direta no banco Scott, rosca direta com banco inclinado ou rosca direta na polia baixa, por exemplo. Desta forma, o que podemos por enquanto é especular de forma elegante que há maior atividade muscular para o bíceps como um todo ao se alternar os ângulos de flexão ou extensão dos ombros durante a execução da rosca bíceps em distintos exercícios.
Sobre isso, Silva (2007) ao comparar o torque para os flexores do cotovelo nos exercícios ROSCA SCOTT, ROSCA DIRETA EM PÉ, ROSCA NO BANCO INCLINADO e ROSCA NA POLIA BAIXA, verificou grande variabilidade na produção de torque na fase inicial e final, sendo praticamente semelhantes quando a flexão do cotovelo estava próxima de 90°. Oliveira et al. (2009) verificaram diferença estatisticamente significativa durante a fase concêntrica para a cabeça longa do bíceps braquial apenas quando o cotovelo estava quase em extensão completa no exercício rosca Scott com os ombros fletidos em 50°. A rosca direta em pé e no banco inclinado (-50° de extensão de ombros) foram similares, tanto na fase concêntrica quanto excêntrica.
Esses achados reforçam a ideia de que a variabilidade de treinamento pode ser importante para o desempenho em determinadas tarefas e/ou para determinadas pessoas, atendendo assim aos princípios da especificidade e individualidade, respectivamente. Porém, não podemos concluir que essa variação de exercícios/ângulos promova hipertrofia diferenciada para o bíceps braquial (cabeça curta/longa ou porção proximal, medial e distal).
Referências
Gomes da Costa, Marcelo. Ginástica Localizada. Rio de Janeiro: Editora Sprint, 1996.
Silva FC. Caracterização do torque externo a partir das características musculoesqueléticas dos flexores do cotovelo. Dissertação. UFRGS, Porto Alegre-RS, 2007.
Oliveira et al. Effect of the shoulder position on the biceps brachii EMG in different dumbbell curls. Journal of Sports Science and Medicine (2009) 8, 24-29.