Por Adilson Reis Filho
Por muitos anos atletas, praticantes ou mesmo professores que atuam na prática com o treinamento com pesos utilizam essa máxima de que sem dor não há ganho (no pain no gain). Entretanto, pesquisadores sobre treinamento com pesos afirmam que no pain, no gain também seria no brain (sem cérebro), de certa forma estão com razão.
Neste post a intenção é conciliar e traduzir o que cada um pensa. Para quem está na prática no pain no gain, nada mais é do que sem esforço, sem resultados. Dito isso, o entendimento de quem faz pesquisa, mas não treina fica mais fácil de se aceitar, pois não necessariamente há a necessidade de sentir dor, seja ela aguda ou tardia.
Na imagem B verifica-se sarcômeros íntegros, enquanto que na imagem A houve micro lesões após esforço excêntrico. Na figura ao lado das imagens A e B é possível verificar uma sequência de ações para a regeneração do tecido muscular, partindo da imigração de mioblastos, formação de miotubos primário e secundário, e, por fim a restauração do músculo.
No estudo conduzido por Flann et al. (2011) foram testados 2 grupos, um treinado previamente e outro não. Ambos os grupos realizaram um protocolo de treino excêntrico em cicloergometro durante 11 semanas, sendo avaliados quanto a dor muscular de início tardio, creatina quinase, área muscular transversa, ganho de força e, fator de crescimento IGF-1. Os resultados para a força e área transversal do músculo foram iguais em ambos os grupos. Assim, os autores sugerem que para o ganho (hipertrofia) não há a necessidade de dor, podendo ser iniciada independentemente de qualquer dano visível para o músculo.
Referência:
Flann et al. Muscle damage and muscle remodeling: no pain, no gain? The Journal of Experimental Biology 2011;214:674-679.